"O mestre disse, aprender sem pensar é trabalho perdido;
pensar sem aprender é arriscado." ( Confúcio )
Após alguns anos praticando Kung Fu com o Sifu Luis Mello, percebi depois de cada palestra por ele ministrada, que nos exercícios físicos - alongamento e formas - o método recomendado para um bom rendimento é direcionar o pensamento para o vazio e saber utilizar adequadamente a respiração para suportar as dores musculares provenientes dos exercícios e movimentos ao longo do aprendizado, pois ele, o Kung Fu, é um estilo de vida.
Por exemplo, nas minhas primeiras e tantas aulas o exercício mais doloroso que, se eu pudesse evitar o evitaria, era o da resistência por ter que ficar por alguns minutos na posição do cavalo.
Para enfrentá-lo achava simplesmente que bastaria ter apenas bons músculos, força e tudo estaria resolvido em alguns dias, isto é, as minhas pernas deixariam de tremer, de doer e passaria a vontade de desistir. Por mais força de vontade que tive, não conseguia superar a dor e não ia até o final do exercício como os demais colegas.
Por conta disso cheguei a seguinte conclusão: de que não bastava apenas músculos resistentes, até porque músculo não pensa, teria que buscar conhecimento para entender como os colegas ficavam minutos e mais minutos sem reclamar e, ao completar o exercício, saiam com uma feição tranquila e serena e eu, ao contrário, estava moído para não dizer desmontado.
Como não conseguia vencer a dor por ignorância, resolvi compreender melhor o que vem a ser o vazio e o saber respirar, o que gerou um resultado quase imediato.
Hoje, depois de muitos exercícios não vejo a hora da resistência ( postura do cavalo ) para poder descansar um pouco, pois é neste momento de prazer que respiro melhor e armazeno energia para outros exercícios. A prática diária do Kung Fu, além de ser um estilo de vida, constitui-se numa eficaz ferramenta para a manutenção da saúde, equilíbrio e longevidade com qualidade de vida.
Jansen M Cavalcanti
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